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terça-feira, 11 de novembro de 2025

Divisões internas e incógnitas dão o tom da disputa pelo Senado

A menos de um ano da eleição, partidos travam embates internos, negociam palanques regionais e testam estratégias que vão muito além das urnas estaduais.

A eleição para o Senado em 2026 promete ser uma das mais estratégicas e disputadas dos últimos anos. Com 54 das 81 cadeiras em jogo, o resultado pode redefinir o equilíbrio de forças entre governo e oposição e influenciar diretamente a governabilidade do próximo presidente. Cada unidade federativa elegerá dois senadores.

Tanto a direita quanto a esquerda tratam a corrida ao Senado como prioridade. A atual oposição busca conquistar número suficiente de cadeiras para eleger o sucessor de Davi Alcolumbre (União-AP), aprovar ou barrar mudanças constitucionais e até pautar pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal. O objetivo é assegurar o comando da Casa, seja para facilitar a vida de um possível presidente da República oriundo desse campo político, seja para dificultar um eventual quarto governo Lula.

Já os aliados do Planalto tentam preservar a maioria e garantir estabilidade política em caso de reeleição do petista.

Levantamento do Congresso em Foco mostra como está a fotografia da disputa ao Senado, faltando menos de um ano para a eleição. Veja o cenário em cada região:

Entre os senadores que encerram o mandato, 33 são governistas, 15 oposicionistas e 6 independentes. Entre os 27 que permanecem até 2031, porém, a correlação se inverte: 10 apoiam o Planalto e 17 estão na oposição. Bastaria à direita conquistar 24 cadeiras para atingir o número mágico de 41 votos (dos 81 possíveis) - suficiente para consolidar uma maioria. Já o governo precisaria de um esforço maior: eleger 32 senadores para garantir o controle da Casa.

Corrida de obstáculos

O cenário ainda é incerto na maioria dos estados. A disputa pelo Senado costuma ser uma corrida de obstáculos, que começa dentro dos próprios partidos e se estende até a formação das chapas majoritárias, encabeçadas pelos candidatos a governador. Antes de chegar ao palanque, os nomes precisam superar resistências internas, negociar espaço com aliados locais e se encaixar nas composições estaduais.

Além disso, o tabuleiro nacional pesa nas definições. Partidos frequentemente costuram acordos entre estados, trocando apoio a candidaturas em uma região por palanque em outra. Há também casos em que siglas se comprometem a abrir espaço a presidenciáveis de seus campos políticos, o que interfere diretamente na escolha dos candidatos ao Senado.

A esquerda aposta no Nordeste, região onde historicamente tem melhor desempenho e estão 18 das 54 vagas em disputa, o maior número do país.

Já a direita pretende avançar em áreas onde tem mais força: Sul, Centro-Oeste e parte do Norte, regiões decisivas nas últimas eleições e onde partidos como PL, PP e Republicanos mantêm capilaridade e bases eleitorais consolidadas. Em Santa Catarina, a chegada do vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL) causou uma divisão na base bolsonarista, com trocas de acusações e fissuras com proporções ainda imprevisíveis na política local.

No Sudeste, o quadro é mais indefinido, com destaque para São Paulo, que tende a concentrar uma das disputas mais aguardadas do país. A eleição paulista, assim como em outros estados populosos, deve refletir o clima nacional e a polarização da corrida presidencial, ainda em formação.

O cenário no estado é um dos mais embaralhados, com indefinição sobre quais serão os candidatos. Embora cotados, nomes como Geraldo Alckmin (PSB), Fernando Haddad (PT), Simone Tebet (MDB) e Eduardo Bolsonaro (PL) ainda não decidiram o rumo político que pretendem tomar.

Faltando quase um ano para o pleito, muita coisa ainda pode mudar. Candidatos podem trocar de partido, alianças podem se recompor e novos nomes podem surgir conforme o tabuleiro se redesenha. A eleição de 2026 para o Senado será, ao mesmo tempo, um teste de força e de articulação política, uma disputa que vai muito além das urnas estaduais e que pode definir o equilíbrio de poder no Congresso e o rumo do próximo governo.



Informação Congresso em Foco.


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