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terça-feira, 9 de setembro de 2025

Sudene lança Data Nordeste, nova plataforma de acesso a informações estratégicas sobre a região

Ambiente digital reúne dados sociais, econômicos e ambientais para apoiar decisões e promover a transparência junto a gestores, empresários, pesquisadores e cidadãos.

Tomar decisões mais assertivas, atrair investimentos com base em evidências, fortalecer a pesquisa científica e ampliar a transparência de informações. Esses são alguns dos impactos imediatos esperados com o Data Nordeste, portal lançado pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) nesta terça-feira (9). A plataforma reúne, em um único ambiente, indicadores sociais, econômicos e ambientais antes dispersos, promovendo democratização da informação e inteligência estratégica para governos, empresas e cidadãos. O portal pode ser acessado através do site da Sudene: www.gov.br/sudene.

O Data Nordeste oferece indicadores em áreas como saúde, educação, economia, renda e meio ambiente, com recortes territoriais que incluem o Semiárido, o bioma Caatinga e a área de atuação da Sudene. A plataforma foi desenvolvida com apoio técnico do Observatório da Caatinga e Desertificação da UFCG – parceiro na implementação da estrutura tecnológica – e do IBGE, em um esforço de colaboração entre instituições.

Ao reunir dados antes dispersos e de difícil acesso, a Sudene deu um passo estratégico para fortalecer o desenvolvimento regional, na avaliação do superintendente Francisco Alexandre. “Informação é essencial para a tomada de decisão, para a produção de políticas públicas, para as decisões empresariais. Esse portal ajuda a fazer isso”, afirmou.

A programação contou com palestra do pesquisador e empreendedor Ricardo Cappra, referência internacional em cultura analítica e transformação digital. Ele destacou que a aceleração da tecnologia da informação tem ampliado o papel dos dados nas organizações, deslocando profissionais de Business Intelligence da área de tecnologia para posições estratégicas de gestão. 

Apesar dos avanços, lembrou que mais de 70% das decisões de negócios ainda não se baseiam em dados, mas em percepções, o que aumenta o risco de distorções. “Quando a narrativa pesa mais que os dados, há manipulação da realidade; quando os dados se sobrepõem sem contexto, perdemos a compreensão do que está em jogo”, observou. 

Segundo Cappra, vivemos em uma geração hiperinformada, com acesso ilimitado a conteúdos, o que torna a análise crítica e o pensamento analítico habilidades indispensáveis. Nesse cenário, ressaltou que o Data Nordeste democratiza o acesso à informação e instrumentaliza uma sociedade orientada por evidências, fortalecendo tanto a tomada de decisão no setor público e privado quanto a participação cidadã.

Informação como elemento do desenvolvimento regional

O Data Nordeste foi concebido para traduzir estatísticas em decisões concretas para benefício da sociedade, apoiando diferentes públicos. A iniciativa nasceu de demandas de gestores públicos, pesquisadores e do setor produtivo, que enfrentavam dificuldades para acessar dados regionais confiáveis e organizados. De forma prática, o ambiente permite, por exemplo, que empresários consultem informações sobre infraestrutura, incentivos fiscais e mercados; gestores públicos utilizem mapas interativos e séries históricas para embasar políticas públicas; e pesquisadores encontrem dados organizados para análises acadêmicas e científicas.

O portal se estrutura em pilares como disseminação de informações regionais, apoio à decisão, monitoramento transparente e foco em territórios estratégicos. Para isso, disponibiliza diferentes recursos: painéis de dados em formato de dashboards multitemáticos, com navegação intuitiva e narrativas automáticas; boletins temáticos que aprofundam indicadores-chave do desenvolvimento regional; datastories, narrativas visuais que combinam estatísticas, mapas e gráficos interativos; e aplicações georreferenciadas, como o SigMapas e o Observatório da Caatinga e Desertificação (OCA), que permitem explorar o território a partir de múltiplas camadas de informação.

A geógrafa Ludmilla Calado, da Unidade de Estudos e Pesquisas da Sudene e integrante da equipe responsável pelo portal, ressaltou a segurança técnica como um dos diferenciais do Data Nordeste, resultado de parcerias estabelecidas com o IBGE, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), a Federação das Indústrias da Paraíba e a Associação Nordeste Forte. Ela explicou que os painéis de dados contam com análises descritivas automáticas, que interpretam os indicadores consultados e facilitam a compreensão do usuário. “É um ambiente inovador, dinâmico e integrado, pensado para transformar estatísticas em conhecimento acessível e estratégico”, afirmou.

                         Parcerias

O presidente do IBGE, Márcio Pochmann, destacou a relevância do Data Nordeste para a formulação de políticas públicas ajustadas à realidade regional. Segundo ele, a iniciativa da Sudene representa um avanço na valorização da informação como instrumento de planejamento.

“Esse é um passo muito importante dado pela Sudene. Plataformas como essa ampliam o acesso a dados contínuos e estruturados, que permitem aos brasileiros conhecer melhor o nosso território. Elas reforçam a soberania nacional sobre a produção estatística e nos ajudam a tomar decisões a partir da nossa própria realidade, antecipando as causas dos problemas em vez de apenas reagir às suas consequências”, afirmou.

O professor John Cunha, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), parceira no desenvolvimento da plataforma, ressaltou o papel da universidade pública na construção do projeto.

“O Data Nordeste mostra a importância de acreditar na força da universidade pública e de unir diferentes públicos de interesse em torno do futuro do Nordeste. Ele oferece evidências sobre o território, ajuda a identificar áreas prioritárias para a ação e garante transparência em um momento em que a verdade nem sempre está evidente. É uma ferramenta que gera diagnósticos eficientes, empodera gestores públicos e fortalece a responsabilidade no planejamento. Esperamos avançar ainda mais a partir dessa base”, destacou o docente, que também é coordenador do Observatório da Caatinga e da Desertificação (OCA).

O lançamento também reuniu representantes de órgãos públicos, do setor produtivo e da comunidade acadêmica.





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