"Já vivi muito, e nunca conheci um ministro da Suprema Corte que tivesse um apelido. Um apelido dado pelo povo chamado Xandão". Assim brincou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao se referir ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
A fala se deu nesta quarta-feira, 8, em cerimônia que reuniu membros dos três Poderes em série de eventos em referência aos episódios ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Alexandre de Moraes era presidente do TSE à época do ataque, e é relator de processos sobre o tema na Suprema Corte.
"Desse apelido você nunca mais vai se libertar. Não adianta ficar nervoso que ninguém vai parar de te chamar de Xandão", brincou o presidente.
Em seu discurso, Lula saudou a vida e suas próprias experiências diante da possibilidade da morte - incluindo plano de matá-lo, denunciado pela Polícia Federal -, e fez um ensaio sobre o que seria a realidade brasileira contemporânea caso os golpistas tivessem sido bem-sucedidos.
"Se ainda estamos aqui, é porque a democracia venceu", disse. Ao longo do discurso, Lula destacou possibilidades e direitos que teriam sido suprimidos. O presidente também prometeu que os criminosos de 8 de janeiro de 2023 e os conspiradores que planejaram um golpe de Estado serão julgados e punidos.
"Todos vão pagar pelos crimes que cometeram. Todos."
Lula discursa em cerimônia de dois anos do "8 de janeiro".(Imagem: Migalhas/Redação)Na manhã desta quarta-feira, foi realizada no Palácio do Planalto a reintegração de obras de arte que foram destruídas nos atos antidemocráticos - relógio do século XVII e ânfora - e tidos como símbolos da dificuldade e delicadeza dos reparos. O relógio foi consertado na Suíça sem custo para o governo brasileiro. Também foi comunicado o fim do processo de restauro, com a entrega de 21 obras restauradas no Palácio da Alvorada e o relógio, na Suíça.
Também foi feito o descerramento da obra As Mulatas, de Di Cavalcanti.
Obra "As Mulatas", de Di Cavalcanti, é devolvida ao Planalto após restauração. (Imagem: Mateus Mello/Agencia Enquadrar/Folhapress)
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