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segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Submissão saudável" e "direita cheirosa": O show de absurdos de Michelle no PL Mulher

Paranoia de "cuspe no café" , Simone de Beauvoir chamada de "aliciadora de menores" e ataques de aliados ao STF ("pau mandado") marcam evento no Paraná.

Realizado neste sábado (8) em Londrina (PR), o encontro do PL Mulher expôs a radicalização do bolsonarismo. Diante de uma plateia de fiéis e aliados políticos, Michelle Bolsonaro oficializou a submissão feminina como doutrina partidária, chamando a obediência ao marido de “submissão saudável” e a “mulher de direita” de “cheirosa e diferenciada”. O evento misturou culto religioso, delírio moral e propaganda política. É o uso da fé como instrumento eleitoral do PL.

“Mulher de direita é cheirosa e diferenciada”

Michelle exaltou o que chamou de “mulher de direita diferenciada”, dizendo que ela “faz política com feminilidade” e que “quem faz política feminista é o outro lado”. Em seguida, convocou: “Nós vamos orar para que essas mulheres se convertam e venham pro nosso lado”. O público respondeu com aplausos e orações.

Em outro momento defendeu abertamente o papel de “ajudadora e auxiliadora do esposo”, citando a Bíblia para justificar a “submissão saudável”. Segundo ela, as mulheres do PL “não estão na política para competir com os homens”, mas para uma “política colaborativa”. O discurso sintetiza a velha fórmula da extrema direita: travestir desigualdade de virtude e apresentar a obediência como modelo de comportamento feminino.

Seguindo o tom religioso e moralista, a presidente do PL Mulher Londrina, Tabita Vaz, classificou o feminismo como “pequenas pílulas de Simone de Beauvoir, feminismo marxismo”. E foi além: atacou a filósofa francesa, uma das maiores referências da luta das mulheres no século 20 com a frase: “nós sabemos que, na verdade, ela era uma aliciadora de menores”.

O ataque, além de difamatório, foi recebido com aplausos. A cena resumiu o nível do debate dentro do evento: desinformação, fanatismo e repúdio ao pensamento crítico.

Michelle Bolsonaro repetiu a retórica, dizendo que as mulheres de esquerda são eleitas para “defender o aborto”, “matar bebês inocentes”, “legalizar as drogas” e “ficar do lado do criminoso”. O discurso moralista e conspiratório reforça a tática de pânico moral usada pela extrema direita para demonizar pautas de liberdade e direitos.

“Não existe cristão comunista” e o inimigo imaginário da fé

Michelle afirmou que “não existe cristão comunista”, em uma tentativa de fundir religião e ideologia política. A fala foi acompanhada de ataques à comunidade LGBTQIA+ e à juventude, ao afirmar que “você vê uma juventude travestida, de homossexuais apoiando o Hamas”, e que “eles não entendem que o Hamas mata gays em praça pública”.

A retórica reforça a lógica de “guerra santa” que o bolsonarismo alimenta: o mundo estaria dividido entre “cristãos de bem” e inimigos da fé. A estratégia é antiga, transformar o púlpito em palanque e o medo em ferramenta de controle.

Aliados atacam o STF e repetem discurso golpista

O deputado estadual Delegado Jacovoz (PL) usou o microfone para ofender o governo Lula, chamando-o de “verdadeira quadrilha”, e o presidente da República de “ex-presidiário” e “Luís Inácio Viajante da Silva”. Em seguida, atacou o Supremo Tribunal Federal: “O STF está totalmente tomado por pau mandados da atual quadrilha que governa este país”.

Michelle Bolsonaro endossou as falas, afirmando que “o Congresso está de joelhos em frente ao STF” e que “hoje, infelizmente, quem governa é o Judiciário”. A narrativa repete a cartilha golpista, que busca corroer a confiança nas instituições e manter o bolsonarismo em permanente estado de conflito.

O “cuspe no café” e a paranoia da perseguição

Em um dos momentos mais absurdos do encontro, a secretária nacional do PL Mulher, Ana Munhóz, afirmou que as mulheres de direita vivem sob perseguição política e até risco físico. “Nem um café a pessoa dá conta de tomar, porque talvez a mulher que não goste dela possa cuspir no café”, disse, arrancando risos e aplausos.

A frase sintetiza o discurso paranoico que domina o bolsonarismo: a crença de que qualquer crítica é perseguição e que o “povo de Deus” está sendo atacado por inimigos invisíveis. A estratégia reforça o sentimento de cerco que mantém a base radicalizada e fiel.





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