A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, já acertou os detalhes de sua filiação ao PSD, marcada para a próxima segunda-feira (10). A cerimônia de ingresso no partido, comandado por Gilberto Kassab, ocorrerá no Recife Expocenter, a partir das 18h55 – horário escolhido em referência ao número de urna da sigla. O local tem capacidade para 1.500 pessoas, e a expectativa é de casa cheia com a presença de importantes lideranças políticas.
Entre os convidados estão os ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), André de Paula (Pesca) e Alexandre Silveira (Minas e Energia). Há uma expectativa de que Raquel Lyra assuma a presidência estadual do PSD, atualmente ocupada por André de Paula, que, por sua vez, busca ser promovido ao cargo de ministro do Turismo.
Além de Gilberto Kassab, outras autoridades devem comparecer ao evento, como o governador do Paraná, Ratinho Júnior, e o ex-governador do Rio Grande do Sul, Antônio Britto. As informações são do Jornal O Globo.
A presença de aliados do governo federal na cerimônia reforça a intenção da governadora de estreitar laços com o presidente Lula. Nos últimos meses, Lyra tem intensificado a articulação em Brasília, fortalecendo sua relação com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), a quem considera um amigo. Em Pernambuco, o PT está dividido: enquanto a ala estadual apoia Raquel Lyra, o diretório municipal mantém aliança com o prefeito do Recife, João Campos (PSB).
A saída de Raquel Lyra do PSDB está relacionada à fragilidade do partido em âmbito nacional. Embora tenha se tornado a legenda com mais prefeituras em Pernambuco (32 no total), o PSDB enfrenta dificuldades em nível federal. No PSD, a governadora terá acesso ampliado a recursos partidários, o que é considerado estratégico para sua candidatura à reeleição em 2026.
Outro fator relevante é o tempo de propaganda eleitoral. Com 42 deputados federais e a maior quantidade de prefeituras do país, o PSD oferecerá a Raquel Lyra um tempo de televisão significativamente maior. Esse recurso será crucial em um eventual embate com João Campos, que deve reunir grande parte da esquerda em uma coligação nas próximas eleições.
A filiação de Raquel Lyra ao PSD coloca o governo federal em uma posição delicada caso queira apoiar publicamente João Campos, já que o PSD também integra a base aliada do Planalto.
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