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quarta-feira, 1 de maio de 2019

Na Alepe, Diogo Moraes abre debate sobre combate à exploração infantil e de mulheres no País


Parlamentar foi motivado por indignação às recentes declarações do presidente do Brasil, que fez apologia ao turismo sexual e o discurso de ódio ao público LGBT.
Nesta terça-feira (30), o deputado Estadual Diogo Moraes, vice-líder do governo na Alepe, levou ao plenário da Assembleia um tema que atraiu a atenção dos parlamentares e do público. O motivo do pronunciamento foi a indignação com as recentes declarações do presidente da república em apologia ao turismo sexual, onde o presidente afirmou que “no Brasil, não pode existir turismo gay” e que “os turistas estão livres para buscar sexo com as mulheres brasileiras”. O parlamentar apresentou uma série de dados e informações relacionadas a crimes intrinsecamente ligados a esta prática criminosa, com objetivo de chamar a atenção para uma questão que está há anos sendo combatida no País. 

Para Diogo Moraes, o discurso do presidente distorce de maneira repugnante as boas iniciativas do turismo do nosso país ao falar de turismo sexual, que tem mulheres e meninas como meros objetos de entretenimento masculino. “Ele ignora que nosso país tem uma imensa diversidade cultural, belíssimas paisagens naturais e um grande potencial turístico e que tudo isso está ameaçado pela guerra ideológica e má gestão de seu governo. Os brasileiros precisam acordar para o problema e cobrarem políticas de estado para proteção e conscientização da população. Além disso, é extremamente importante que haja a fiscalização e orientação aos visitantes estrangeiros e nacionais sobre a prática criminosa”, afirmou o deputado. 

Citando um estudo mundial, publicado pelo site britânico The Economist, Diogo informou que o Brasil está em 11º em um ranking de 40 países do mundo de exploração infantil. “Nosso país é o 11º melhor colocado, com 62,4 pontos, ficando abaixo da Austrália, Estados Unidos, Alemanha, Coreia do Sul, Itália, França e Japão. O estudo aponta, entre os principais destaques, as leis de proteção as crianças, assim como o envolvimento do setor privado, da sociedade civil e da mídia. Por outro lado, as limitações brasileiras estão na falta de programas de prevenção para abusadores em potencial, assim como na coleta e divulgação de dados sobre violência sexual contra crianças. Mesmo diante destes números, não temos motivos para comemorar. A meta do país deve ser o 1º lugar mundial, com nota que indique a extinção desse absurdo”, declarou. 

Diogo mencionou ainda dados do Ministério do Turismo brasileiro, que em divulgação feita em março, revelou ocorrência de 80 mil denúncias de crimes cometidos contra crianças e adolescentes por ano. “Os crimes contra as mulheres, também são assustadores. Em dois anos, entre 2017 e 2018, houve uma explosão de violência contra as mulheres, onde a média mensal de agressões subiu 24% neste período. falando estritamente da violência sexual, os dados revelam crescimento de 21,5%. o O índice saiu de 3.696 casos para 4.491. há 25 anos, o brasil tenta reverter esse quadro, sem sucesso. Entidades internacionais alertam para o enfraquecimento de políticas públicas para o setor. Os números foram avaliados por especialistas e militantes da causa da mulher. Eles foram incisivos: são dados alarmantes, e as investidas masculinas estão cada vez mais cruéis”, afirmou. 

O deputado ressaltou que em Pernambuco, os devidos cuidados para fortalecer o apoio aos grupos de risco já estão sendo tomados desde o início do ano. “No âmbito da criança e adolescente, reforço que este ano o Governo do Estado lançou duas importantes campanhas visando combater a exploração sexual e trabalho infantil. A primeira delas, mais antiga, é o Aatenção Redobrada, que existe desde 2011 e que foi mantido na gestão do governador Paulo Câmara. Em fevereiro deste ano, foi lançado o programa Praia Legal, que tem o objetivo de desenvolver ações de enfrentamento ao trabalho infantil na cadeia produtiva do turismo. a iniciativa contribui para a erradicação do trabalho precoce, através da realização de ações contínuas e articuladas em três eixos de atuação: prevenção e articulação; identificação de trabalho infantil e proteção social”, finalizou. 


Apartes foram realizados ao longo do pronunciamento, entre eles, o deputado Isaltino Nascimento, líder do governo na Alepe. “É lamentável a postura do presidente do país. O Governo de Pernambuco se posicionou declarando que o turista pode vir conhecer as belezas, a cultura, a culinária, mas que tem obrigação de respeitar as mulheres pernambucanas. Lamento a postura em nome das deputadas e mulheres”, afirmou. A deputada Jô Cavalcanti, do Juntas, também se pronunciou. “Desde o começo ele faz uma fala desse tipo, discriminatória, de discurso de ódio. É muito triste esse momento que estamos vivendo. Muito importante você trazer esse recorte, deputado”, ressaltou a deputada.  Logo em seguida, a deputada Priscila Krause, também fez uma intervenção ao discurso. “Ele conseguiu ferir a sociedade a partir da visão de mundo arcaica equivocada. Desvirtuada do que representa a mulher na sociedade. Não podemos admitir isso. Há anos que se luta principalmente no Nordeste contra o turismo sexual. Que a mulher tenha papel relevante e transformador na sociedade”, defendeu a parlamentar. O deputado João Paulo também fez um aparte elogiando a iniciativa de Diogo e defendendo a conscientização e educação para evitar este problema grave.  

Canais de Atendimento e Denúncias

Disque 100
Ouvidoria da Mulher - 0800-281-8187
Central de Atendimento à Mulher - 180
Ouvidoria social da secretaria de desenvolvimento social, criança e juventude, no telefone 0800.081.4421
Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA) - 3184-3577.


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