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sexta-feira, 4 de julho de 2025

Federação UB-PP vira uma noiva cobiçada por Raquel e João

Tempo de propaganda eleitoral gratuita, definido a partir dos cinco maiores partidos ou federações que compõem cada coligação, virou peça-chave das estratégias eleitorais

Com as articulações para as eleições de 2026 já em curso, o tempo de propaganda eleitoral gratuita, definido a partir dos cinco maiores partidos ou federações que compõem cada coligação, virou peça-chave das estratégias eleitorais. Esse tempo é um termômetro claro de força política e de capacidade de comunicação com o eleitorado.

Em Pernambuco, dois blocos principais começam a se consolidar. De um lado, o grupo do prefeito do Recife, João Campos (PSB), deve reunir PT (com PCdoB e PV), MDB e Republicanos, somando cerca de 3min e 49s de tempo de televisão. Do outro, a governadora Raquel Lyra (PSD) articula com o PL, Podemos (que incorporou o PSC) e Avante, alcançando 3min e 45s no guia eleitoral.

Mas a equação pode mudar com a presença da Federação União Progressista (UP), formada por União Brasil e Progressistas. A federação reúne 106 deputados federais, o que representa mais de 20% da Câmara e garante cerca de 2min e 19s de tempo de televisão, ou seja, o maior tempo entre todas as legendas ou federações isoladamente. Isso corresponde a quase 40% do total disponível entre os cinco maiores partidos ou federações que compõem as coligações.

Considerando que cada coligação pode ser composta por, no máximo, cinco partidos ou federações, os dois lados, com e sem a federação, ficariam assim: chapa de João sem a federação: federação PT-PCdoB e PV somam 79 deputados, MDB tem 42, Republicanos 41 e PSB 14, totalizando 176 deputados.

Se a chapa de João chegar a ter a federação formada pelo União Brasil e Progressistas, esse número de parlamentares, que conta para o tamanho do tempo da propaganda eleitoral, chegaria a 282 deputados, assim distribuídos: PT (79), MDB (42), Republicanos (41), PSB (14) e federação UB-PP (106). Já no caso de Raquel sem a federação UB-PP, teria 166 deputados, assim distribuídos: PL (99), PSD (42), Podemos (18) e Avante (7). Se Raquel contar na chapa com a mesma federação UB-PP, seu tempo de televisão, da mesma forma que aconteceria com João Campos, iria bombar, pois sairia de 166 para 272 deputados, mais do que o dobro.

Em português claro, quem trouxer a nova federação para o seu palanque terá maioria absoluta em números de deputados federais e, consequentemente, de tempo de televisão. Além disso, a federação carrega um peso expressivo na Assembleia Legislativa de Pernambuco. São 15 deputados estaduais, a maior bancada da Casa, um verdadeiro exército de deputados estaduais prontos para pedir voto para o candidato escolhido pela federação.

Outro ponto de atenção é que partidos coligados ao PL terão que declarar apoio explícito ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o que pode dificultar alianças com setores mais ao centro. Hoje, a poderosa federação UB-PP, que agrega o deputado Eduardo da Fonte (PP), alinhado à governadora Raquel Lyra, e Miguel Coelho (UNIÃO), próximo a João Campos, se tornou um trunfo estratégico nas negociações. Para onde for, deve formar maioria, definir rumos de alianças e influenciar diretamente a montagem dos palanques no Estado.

Depois de formalizada a federação, a bancada do União Progressista passou a ser a maior da Câmara, com 109 deputados. A junção do União Brasil com o PP desbancou o PL, com 91 parlamentares, e a federação PT, PCdoB e PV, com 80. No Senado, a bancada chegou a 14 senadores, empatada com PSD e PL. Apesar de contar com ministérios, há um entendimento entre os deputados do UB e do PP que a federação desembarque do governo Lula e apoie um candidato da direita à Presidência da República. Nos Estados, especialmente Pernambuco, onde João está fechado com a reeleição de Lula, isso pode favorecer Raquel.







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