Prisão de Bolsonaro acende o alerta para sucessor da direita
A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no último sábado, 22, já começou a mexer nas peças do tabuleiro da direita para as próximas eleições. Com a imagem de Bolsonaro fragilizada, o movimento perde seu principal cabo eleitoral e tensiona a escolha de um novo sucessor que, até então, indicava para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Segundo fontes próximas, o nome perdeu força entre os apoiadores partidários por temerem respingos do Poder Judiciário sobre ele. A avaliação de integrantes do grupo é que o Supremo Tribunal Federal está de “olho” nos passos do senador, responsável pela convocação da vigília na noite de sábado em frente à casa do pai.
O alerta foi soado com trechos da decisão do ministro Alexandre de Moraes, que apontam o uso de milícias digitais para mobilização popular. “O senador da República faz uso do mesmo modus operandi empregado pela organização criminosa que tentou um golpe de Estado no ano de 2022”, escreveu o ministro. Outro fato que chamou a atenção de aliados e os fez repensar a estratégia foi a determinação do ministro ter ocorrido ao final da semana em que o posto de sucessor de Bolsonaro tinha sido oferecido ao senador e em que a família indicava consenso em torno de seu nome.
Com o revés da prisão, o nome que volta a ganhar força no núcleo duro da ala bolsonarista é o do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos). Freitas vive um vai-e-vem para a consolidação do seu nome como presidenciável: enquanto parte do grupo o vê como candidato natural ao cargo, a família Bolsonaro tem resistências em apoiá-lo. Nesse meio tempo, o governador já iniciou estratégias de pré-campanha e preparação interna com diferentes possibilidades para uma eventual candidatura ao Planalto. A reeleição ao governo de São Paulo é tratada como plano B.
- Um dos principais pesos para consolidar o nome de Tarcísio à disputa é o presidente do PSD, Gilberto Kassab. A força do partido, que elegeu 885 prefeitos na última eleição, é cobiçada pela direita. Na sexta-feira, 21, Kassab afirmou que os dois pré-candidatos do partido à Presidência da República em 2026, Ratinho Júnior e Eduardo Leite, desistirão da candidatura caso o governador de São Paulo decida entrar na disputa pelo Palácio do Planalto.
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