As atenções da política nacional estão voltadas aos preparativos da Cúpula do G20, que acontece no Rio de Janeiro, na próxima semana, e reunirá chefes de estado e representantes de 30 países.A Cúpula do G20 formaliza a conclusão dos trabalhos conduzidos pelo Brasil na presidência do grupo e a transferência de presidência para a África do Sul. E antes deste momento, o país irá realizar, a partir desta quarta-feira, 14, a primeira reunião de líderes do G20 Social, o evento é inédito desde a criação do Fórum Internacional.
Na reunião, será apresentada uma plataforma para recolher contribuições de cidadãos de diferentes partes do mundo. As sugestões abordam temas como transição energética, combate à fome e à pobreza, além de propostas para desenvolvimento sustentável e inclusivo.
A abertura do encontro será conduzida pela primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, em conjunto com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira, ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ministra da Cultura, Margareth Menezes, representante da sociedade civil internacional, Morgan Ody e representante da sociedade civil Brasileira, Edna Rolland.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao lado do residente da África do Sul, Cyril Ramaphosa e do ganhador do Prêmio Nobel da Paz 2011, Tawakkol Karman, participará do encerramento dos trabalhos, no dia 16, com o ato de entrega do documento final à comunidade internacional. É esperado que neste dia seja adotado o compromisso conjunto dos países membros de combate à fome, pobreza e desigualdades.
Encerrada esta etapa, o foco do G20 passará a ser na economia global. A cúpula decidirá sobre taxação dos super-ricos como fonte de financiamento para o combate à desigualdade e o enfrentamento das mudanças climáticas. Esta é a principal proposta do Brasil, apresentada em fevereiro, durante a reunião dos ministros de Finanças e presidentes dos bancos centrais do G20, em São Paulo.
O Brasil defende a criação de um imposto mínimo de 2% sobre a renda dos bilionários do mundo. A medida, segundo o economista francês Gabriel Zucman, tem um poder arrecadatório entre US$ 200 bilhões e US$ 250 bilhões anualmente. O economista, que é um dos autores da proposta, afirma que a taxação afetará apenas 3 mil indivíduos em todo o planeta, dos quais cerca de 100 vivem na América Latina. Um estudo da Oxfam, divulgado pouco antes da reunião de fevereiro, mostrou que os impostos sobre a riqueza arrecadam quatro vezes menos que os tributos sobre o consumo no planeta.
- A proximidade da Cúpula, que será realizada nas instalações do Museu de Arte Moderna, pode acelerar as discussões internas do Brasil sobre o orçamento da União e a conclusão do pacote de revisão de gastos. A expectativa é de que até quinta-feira, 14, o presidente anuncie a proposta de corte e passe às discussões com o Congresso Nacional.
Enquanto não recebe o encontro principal do G20, marcado para os dias 18 e 19 de novembro, a cidade do Rio de Janeiro terá uma semana movimentada de eventos preparatórios para a reunião dos líderes das maiores economias do mundo. São oportunidades para grupos políticos e da sociedade civil fecharem os últimos detalhes das propostas que serão levadas aos chefes de Estado.
Eventos da semana 12 a 15 de novembro – 4º encontro de Sherpas
12 e 13 de novembro – Cúpula Civil 20 (C20)
14 a 17 de novembro – Cúpula Urban 20 (U20)
14 a 16 de novembro – Cúpula do G20 Social |
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