Em viagem pelo Nordeste, nesta quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotou um "tom de campanha" em seu pronunciamento, com direito a ataques à família Bolsonaro e às investigações da Operação Lava Jato. Em seus palanques, Lula deu preferência a estar ao lado de aliados que têm pretensões políticas nas eleições municipais deste ano. Em Recife, por exemplo, ele estave ao lado do prefeito João Campos (PSB), que deve concorrer à reeleição neste ano com o apoio do PT. Em Salvador, Lula usou um evento do governo para dar força a um aliado que pretende entrar na disputa eleitoral pela prefeitura local. Geraldo Junior (MDB), atual vice-governador do estado, é o nome apoiado pelo PT na capital.
Ao anunciar a retomada de investimentos nas instalações da Petrobras na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, Lula disse que houve um complô do Departamento de Justiça dos Estados Unidos com juízes e procuradores para impedir o sucesso da petroleira.
— A História ainda vai ser contada, porque você sabe que, muitas vezes, a História ainda leva anos, décadas e até séculos para a gente saber da verdade. Mas eu vou dizer uma coisa como presidente da República deste país: tudo que aconteceu neste país foi uma mancomunação entre alguns juízes deste país, alguns procuradores deste país, subordinados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que queriam e nunca aceitaram o Brasil ter uma empresa como a Petrobras — discursou o presidente.
Lula também disse que houve "erros e acertos" na construção da refinaria e deu "graças a Deus pelo fato de o Brasil ter tocado a obra sozinho". Incialmente, o empreendimento seria construído em parceria com a Venezuela. Suspeitas de corrupção sobre a construção da refinaria Abreu e Lima geraram um dos maiores desgastes para o PT enquanto a Lava-Jato estava no auge. O Tribunal de Contas da União (TCU) chegou a apontar superfaturamento de pelo menos R$ 2,1 bilhões durante as obras.
Lula criticou as decisões do judiciário e a força-tarefa da Lava-Jato.
— As pessoas que me acusaram estão aprodrecendo, de tanta mentira que contaram. Eles vão para o inferno. Eu poderia ter entrado numa sala e ter dado um tiro na cabeça, mas minha mãe não ensinou assim. Eles me prenderam achando "vamos prender esse bundão, ele vai chorar na cadeia" .
O presidente também se referiu ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem definiu como "psicopata".
— Elegemos um psicopata para presidente da República. Alguém que vive da mentira, que vive da maldade e de ofender os outros. Para ele, todo mundo é ladrão e comunista. Todos fazem abortos, como se ele e seus filhos fossem exemplo — disse.
As viagens fazem parte da nova estratégia de Lula, que focou nas agendas internacionais no primeiro ano do terceiro mandato. Neste ano, quando haverá eleição municipal, ele viajará pelo Brasil. A largada foi pelo Nordeste, justamente por ser a região onde o presidente concentra sua maior popularidade.
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