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quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Em Fortaleza, Sudene destaca papel estratégico do Nordeste na transição energética e no powershoring

Evento reúniu lideranças públicas e privadas para discutir estratégias que consolidem a região como polo de energia limpa e de indústrias de baixo carbono

 A discussão de estratégias que posicionem o Nordeste no centro da nova economia de baixo carbono, consolidando a liderança da Região na transição energética brasileira, reuniu representantes de governos, instituições financeiras, portos e especialistas na capital cearense nesta quinta-feira (23). O evento “Como escalar e acelerar os investimentos sustentáveis no Nordeste: as oportunidades do Powershoring” contou com a participação da Sudene, sendo representada pelo superintendente Francisco Alexandre.

Na ocasião, o gestor destacou que o Nordeste vive uma janela histórica de oportunidades e reúne as condições essenciais para liderar essa transformação. A Região concentra 90,6% dos parques eólicos em operação no Brasil, com 1.026 unidades em funcionamento, e abriga todos os 410 empreendimentos solares atualmente operacionais no País. Os dados são da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 

“Temos vento, sol e um celeiro de oportunidades, mas é fundamental que essa riqueza não se limite à exportação de energia como commodity — ela precisa se traduzir em desenvolvimento local e inclusão social, reduzindo desigualdades”, afirmou Francisco Alexandre. 

O powershoring é uma estratégia voltada para atrair investimentos produtivos baseados na disponibilidade de energia limpa e competitiva, transformando o potencial energético em desenvolvimento industrial, inovação e geração de empregos qualificados.

O governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Rafael Fonteles, falou que, para aproveitar essa janela de oportunidades, é necessário potencializar e escalar os investimentos verdes na nosssa região, especialmente pela energia limpa e abundante que temos aqui. “Temos oportunidade de industrialização a partir de vocações naturais do Nordeste, com nosso capital humano, promovendo desenvolvimento sustentável”, discursou. 

Instrumentos de ação

Para atrair investimentos e fortalecer as cadeias produtivas já existentes, a Sudene atua para transformar o potencial energético da Região em investimentos concretos e desenvolvimento sustentável, mobilizando instrumentos de financiamento e incentivos fiscais. O Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) já aplicou mais de R$ 10 bilhões em projetos de energia renovável. 

Desde 2013, pelo menos 70 empreendimentos também foram apoiados pela Sudene através do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste. Os projetos somam R$ 14 bilhões em investimentos totais, dos quais R$ 6,88 bilhões vieram da linha de financiamento administrada pela Autarquia. “O papel da Sudene é justamente criar as condições para que o Nordeste converta seu potencial energético em prosperidade compartilhada, com geração de empregos, inovação e fortalecimento das cadeias produtivas locais”, destacou o superintendente.

Francisco Alexandre também enfatizou a atuação do Comitê Regional das Instituições Financeiras Federais (Coriff), liderado pela Autarquia, na busca de ampliação dos investimentos na Região. “Um exemplo deste esforço é a Chamada Nordeste, que resultou na demanda de R$ 128 bilhões em crédito para empreendimentos”, disse durante o painel “Visão da Região – Como a Região está trabalhando a agenda de Powershoring? Onde estamos, para onde vamos?”. 

O superintendente ainda reforçou o compromisso da Autarquia com uma transição energética justa, que combine inovação e sustentabilidade com a preservação dos recursos naturais, em especial da Caatinga, bioma exclusivo da Região. “Não podemos permitir que o avanço da energia limpa repita erros do passado. A transição precisa respeitar o meio ambiente e valorizar as comunidades locais”, frisou. 

Desafios

Para o diretor de Planejamento do Banco do Nordeste, Aldemir Freire, anfitrião do evento, o Nordeste é locus da expansão da energia elétrica do País, além de produzir energia, a Região exporta, garantindo o funcionamento do País. “Mas temos gargalos de transmissão de energia e, por isso, precisamos fortalecer esse setor, mas não é apenas a construção das grandes linhas para outras regiões do País, mais do que isso, é fortalecer as estruturas de redes de transmissão dentro da nossa Região, além de fortalecer armazenamento”, ressaltou. 

O governador Rafael Fonteles destacou os desafios de curto, médio e longo prazos para o setor, como o curtailment (redução ou corte de fornecimento de energia para a rede elétrica), além da expansão das linhas de transmissão, subsestações, baterias de armazenamento. “Nossa infraestrutura está aquém dos nossos potenciais e em relação a outras regiões brasileiras. Temos que ter investimentos acima da média nacional e ampliar a oferta de crédito, tentando chegar, pelo menos, a 14%, equivalente ao tamanho do nosso Produto Interno Bruto”, ressaltou Fonteles. 

Realizado às vésperas da COP30, o evento buscou fortalecer a cooperação entre governos, empresas e sociedade civil na promoção de investimentos sustentáveis e indústrias de baixo carbono no Nordeste. O encontro foi promovido pelo Consórcio Nordeste, Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e Instituto Clima e Sociedade (iCS).





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