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segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Como você vai reagir ao golpe?

Seis anos depois do primeiro ato golpista desse ciclo que vivemos, o impeachment de Dilma Roussef, até mesmo os banqueiros se levantaram para tentar proteger a democracia.

Imagine a seguinte cena: você liga a TV numa tarde de quarta-feira e a programação está diferente. O noticiário mostra dezenas de tanques do Exército se direcionando à Praça dos Três Poderes. As ruas das grandes capitais estão tomadas por militares, marchando como se fosse 7 de setembro. É um golpe.

Essa imagem pode parecer um pouco exagerada. Talvez seja mesmo: não se fazem mais golpes como antigamente.

O que se tem observado nas últimas décadas é uma profusão de golpes empreitados dentro do sistema democrático. Bom, se você mora no Brasil, certamente sabe do que estou falando.

Em 1977, 13 anos depois do golpe militar que inaugurou uma longa ditadura no país, a leitura da “Carta aos brasileiros” na Faculdade de Direito da USP se tornou um marco na luta pela democratização. Ela dizia: “Estado de direito, já!”

Semana passada, seis anos depois do primeiro ato golpista desse ciclo que vivemos, o impeachment de Dilma Roussef, até mesmo os banqueiros se levantaram para tentar proteger a democracia. Mas não só eles. Juristas, empresários, jornalistas e artistas, professores e militantes dos direitos humanos. Se alguém te dissesse há 10 anos que CUT e Fiesp assinariam uma mesma carta pública, você certamente diria que a pessoa não sabe nada do país. Pois foi o que aconteceu na última semana.

Só dá para entender essa movimentação se tivermos em mente que as ameaças do atual chefe do poder Executivo às instituições são parte do golpe, que já está em curso. O presidente age calculadamente para enfraquecer o estado democrático que foi eleito para garantir. Mas isso não é novidade, convenhamos.

A verdade é que o ato puxado pela USP e por muita gente influente é algo que esperamos desde o primeiro dia do governo Bolsonaro. Ele chega atrasado, mas não quer dizer que não seja necessário. E não deixa de impressionar ver sobrenomes como Setúbal e Stédile lado a lado na extensa lista dos signatários. A carta, que foi lida quinta-feira na Faculdade de Direito da USP, como em 1977, já soma mais de 1 milhão de pessoas, entre os quais alguns militares.

A proximidade da eleição levou o golpismo de Bolsonaro a outro patamar e isso provocou uma reação. A situação é tão grave que até os banqueiros se mexeram! As forças estão em movimento porque não dá mais para ficar parado. Daí eu te pergunto: e você? O que você vai fazer para reagir ao golpe em curso?

Há algo muito concreto que podemos fazer juntos: direcionar a força do jornalismo independente para cima da extrema direita. 



              Informação theintercepbrasil

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